quinta-feira, 6 de março de 2014

Afraid, Ashamed, Missunderstood.

"If I just lay here would you lie with me and just forget the world?"

Onde estou? Quem são esses milhares de rostos ao meu redor? Como vim parar aqui? Estou confuso. Perdido. Desorientado. Onde é a saída? Ela ao menos existe? Não? Foi o que eu imaginava... Talvez eu deva me manter aqui. Talvez o universo esteja tentando me avisar algo. Talvez... Só talvez. Mas porque aqui? Todos esses olhares, todas essas vozes que sussurram-me frases incompreensíveis. Quem sabe eu esteja em outro país, ou até mesmo em outro continente!? Isso explicaria a angústia e até essa intensa e constante vontade de fugir. Afinal, tudo o que eu mais quero é ir para casa. Entrar em meus grossos e confortáveis cobertores e dormir. Muito. Se possível, acordar apenas quando esse mundo deixar de ser esse mundo e se tornar algo novo. Aposto que tudo seria melhor...
Eu continuo aqui, nesse lugar desconhecido, rodeado por essa gente desconhecida. Ficarei aqui para sempre? Não... Minha família, meus amigos, eles sentirão minha falta. Não é? Eles se importam comigo. Ou será que... Eles não se lembram de mim? Porque eu sinto, do fundo do meu coração, que já faz um bom tempo que os espero. Tempo mais que suficiente. Tempo demais.
Espera, onde todo mundo se meteu? O barulho cessou, os rostos sumiram, e a sensação de solidão que já estava presente tornou-se ainda maior. Até os estranhos me abandonaram... Procurei-os durante um tempo, mas quanto mais eu andava por aquele campo de gramíneas extremamente verdes sem nenhum outro ser vivo, maior o lugar se tornava. Estava tudo calmo. Calmo demais. Não gosto disso. A calmaria me remete a solidão que nesse momento quero esquecer que sinto. É tão difícil assim ficar perto de mim?
De repente, deixo de sentir o chão embaixo dos meus pés. Começo a me sentir mal. Dores fortes na cabeça. Pontadas no estômago. Uma tontura que começa leve, mas vai se tornando mais intensa a cada segundo. Olho para baixo, mas me arrependo no mesmo momento. Eu estou caindo. Em um buraco que parece que não tem fim. Olho para cima e também já não consigo ver a luz, o seu começo. Exatamente como minha vida se encontra nesse momento. Sem começo, sem fim, apenas um borrão negro e sem vida, que suga a vida de dentro de mim. Aqui não existem colchões, nem quentes cobertores. Mas mesmo assim, tenho a sensação de que me encontrei uma nova casa.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Wonderwall

"Because maybe you are going to be the one that saves me."


Lembra de mim? Lembra de todas as vezes que eu te fiz sorrir? De todos os segredos que compartilhamos? Todas as vezes que você precisou de um ombro amigo pra chorar e eu estava lá pra você? Todo o tempo que passamos juntos? Foi bastante. Me pego pensando de vez em quando em ti. Bate aquela saudade, aquela nostalgia. Começo a sorrir. Mas logo o sorriso some. Ele é substituido por lágrimas. Ainda não decidi se são lágrimas de felicidade ou de decepção. Provavelmente a segunda opção. A hostilidade com a qual me trata hoje, totalmente diferente do carinho que me era dado há um ano parece uma ferida que foi causada por outros, mas que você tem a mania de remexer, de abrir, de "magoar". Ainda não descobri o que fiz pra merecer tanto desprezo. Te cobrei mais do que o que você podia me dar, é isso? Vi coisas onde não existia nada? Desculpe-me se prezo por minhas amizades e necessito de provas de amor a todo instante. Eu sou assim. Dependente, insegura, às vezes até insuportável. Não posso mudar quem eu sou. Se você se aproximou de mim em algum momento das nossas vidas, é porque, pelo menos por alguns instantes você gostava desse meu jeito. Ou não? Talvez tenha sido apenas alguém lá em cima querendo me fazer sofrer mais um pouco. Não me importa mais. Meus pedidos constantes de demonstrações de afeto não serão mais dirigidos a você. Eu finalmente entendi. Não é esse seu desejo? Que eu pare de ser tão "eu", perto de você? Pois bem. Serei quem você quiser que eu seja. Mas essa pessoa diferente que eu provavelmente me tornarei ao seu redor não vai te deixar entrar. Os muros ao redor do verdadeiro eu se erguerão perto de você. E deixaremos de ser amigos para nos tornar apenas conhecidos.

Intro

"I get to make the future what I want to."

Em toda a minha vida eu busquei algo ou alguém para quem eu pudesse dizer tudo o que penso sem receber olhares tortos ou julgamentos precoces. Nunca imaginei que, depois de alguns poucos anos, eu iria encontrar isso aqui. Provavelmente o último lugar na face da terra onde qualquer um fosse procurar por mim. Estranho, distante. Incomum. Sim, porque ter uma página na internet onde coloco todos os meus pensamentos não é algo que me imaginariam fazendo.
Por um longo tempo eu tinha receio de pensar da maneira que penso, as coisas que penso e o modo como as penso. Ouvia opiniões, mas nada sequer soava parecido. Foi então que eu percebi. Eu sou diferente. Não sou uma garota como as outras milhões que existem por aí. E, se for comparada, é bem capaz de me chamarem de aberração. Provavelmente não diriam em voz alta, mas pensariam. Todos. Sem exceções. Repetiriam sem parar em suas mentes "estranha", "esquisita", "anormal". E é por isso que eu passei a guardar meus pensamentos e opiniões para mim mesma.
Porém, a medida em que o tempo passa, todos aqueles pensamentos e sentimentos reprimidos forão se acumulando na minha mente. E, como um copo d'água, chegou em um ponto no qual eu não conseguia mais conviver com todas essas emoções, todas essas opiniões, sentimentos. Eu tinha que botar pra fora. Só não sabia como. Depois de muito pensar, me lembrei que existia um site onde eu poderia falar tudo o que eu quero sem ter parentes e amigos (ou qualquer pessoa relativamente conhecida) para ler e não teria um limite de 140 caracteres, ou seja, não importa o tamanho da minha opinião, ela não vai ser diminuída para caber num minusculo quadro.
Foi preciso coragem. Não é todo dia que eu simplesmente sento na frente de um computador e começo a escrever. Nunca me dei bem com as palavras. Mas a verdade é que elas são a melhor maneira de liberdade e de desabafo, então em algum momento da vida é necessário aprender a usá-las, dominá-las. Unindo o útil ao agradável, se havia essa necessidade dentro de mim de falar o que eu acho e é preciso saber se entender com as palavras, porque não agora? Porque não tentar, ir aos poucos desenvolvendo habilidades que só me trarão bem?